O desenvolvimento de estratégias que promovam a aprendizagem cooperativa constitui uma metodologia com a qual os estudantes se ajudam no processo de aprendizagem, atuando como parceiros entre si e com o professor, visando adquirir conhecimento.
A aprendizagem cooperativa foi criada com o objetivo de aumentar o interesse dos alunos a partir da participação na transmissão de conteúdos e troca de saberes.
As técnicas de aprendizagem cooperativa têm sido aplicadas na preparação de indivíduos para situações futuras em ambientes de trabalho, onde atividades exigem pessoas aptas ao trabalho em equipe.
Segundo o pioneiro da aprendizagem cooperativa David Johnson, a aprendizagem cooperativa é a chave para o aluno se enquadrar na sociedade, encontrar um emprego no futuro e saber superar a ansiedade.
Devemos romper nossas crenças de que somente os mais aptos sobrevivem.
Sua metodologia e baseada e assentada em cinco pilares: Interação social (face-a-face); Responsabilização individual; Desenvolvimento de habilidades sociais; Processamento de grupo; Interdependência social positiva.
O mais importante é a interdependência positiva, que implica que todos os integrantes do grupo percebam que o sucesso individual não se dará se não triunfarem todos. Se um falhar, todos perdem.
Responsabilidade individual pela informação reunida pelo esforço do grupo. A chave é entender que os esforços individuais não serão em benefício próprio, mas do grupo.
Entendimento real de uma dada informação, tendo que explicá-la a outros membros de um grupo. Esse método de trabalho consegue fazer com que as pessoas se preocupem com o sucesso das demais, um fator básico para a convivência.
Desenvolvimento de habilidades interpessoais, que serão necessárias em outras situações na vida do sujeito.
Desenvolvimento da habilidade para analisar a dinâmica de um grupo e trabalhar com problemas.
Se as escolas promovem a cultura de ser o número um, ao mesmo tempo estão incentivando esses mesmos alunos a desestimular e obstruir os esforços dos outros. A competitividade entre alunos não melhora os resultados acadêmicos.
Os benefícios podem ser divididos em três grandes grupos: A motivação um maior esforço para conseguir o que se deseja a coesão social uma melhoria nas relações interpessoais e a cognição na saúde psicológica.
O aluno deve se conectar ao mesmo tempo com a tarefa a ser feita e com o grupo. Os membros da equipe têm de aprender a liderar, a escolher um ponto de vista, a se comunicar e gerenciar os conflitos. Eles têm maior capacidade de desenvolver argumentos, maior motivação para continuar aprendendo depois da aula e melhores estratégias para a resolução de problemas.
Os estudantes que cooperam sabem lidar melhor com seu caráter e têm mais resistência à ansiedade
Quando não competem, sua saúde mental melhora; ganham autoestima e sua capacidade de lidar com o estresse melhora.
HISTÓRIA SOBRE A APRENDIZAGEM COOPERATIVA
A aprendizagem cooperativa tem uma história bem antiga. Sua origem remonta ao início dos processos de aprendizagem na história humana:
O filósofo romano Sêneca advogava a Aprendizagem Cooperativa quando disse: “Qui docet discet”, que significa, “Aquele que ensina, aprende”.
Johann Amos Comenius (1592-1679), educador e bispo protestante checo, acreditava que os estudantes se beneficiariam tanto ensinando aos outros como sendo ensinados uns pelos outros.
Sócrates ensinava a seus discípulos em grupos pequenos, engajando-os em diálogos na sua famosa “arte do discurso”.
Em 1806, essa ideia foi exportada para a América do Norte com a fundação da Escola Lancaster, em Nova York. E foi a partir daí, nos Estados Unidos, que a Aprendizagem Cooperativa começou a ser estudada, sistematizada e compreendida como uma metodologia sólida, através de uma grande expansão, tanto na sua aplicação, quanto no aprofundamento teórico.
No Brasil, a aprendizagem cooperativa é extremamente nova, existem alguns estudos sobre a ideia e algumas experiências isoladas quase sem nenhuma divulgação. No Brasil datam de 2002, enquanto em outros países essa temática já é conhecida e explorada desde as décadas de 80 e 90.
No ano de 2015 o Ministério da Educação (MEC) lançou o Programa de Estímulo à Criatividade na Educação Básica que, entre outras ações, mapeou escolas brasileiras que apresentam inovações nas mais diversas áreas como currículo, gestão, ambiente e método.
No Ceará, essa abordagem começou a ser utilizada com o Programa de Educação em Células Cooperativas (PRECE), projeto de extensão da UFC transformando a vida de vários estudantes do Interior do Estado, que através da metodologia de aprendizagem cooperativa conseguiram ingressar na Universidade Federal do Ceará (UFC).